O que é DIU?
A sigla DIU significa Dispositivo Intrauterino e nada mais é do que um pequeno contraceptivo em forma das letras T, Y ou ômega (forma de ferradura – Ω) colocado dentro do útero, tornando o ambiente uterino desfavorável aos espermatozoides. Por isso, ele é colocado dentro do útero das mulheres que têm uma vida sexual ativa, mas que não desejam engravidar.
Ele tem uma duração média de 10 anos, ao fim dos quais ele deve ser retirado ou substituído, embora possa ser retirado a qualquer momento, se a mulher desejar engravidar. O efeito contraceptivo cessa rapidamente após a retirada e é possível engravidar tão rápido quanto outras mulheres que não o utilizaram.
Há dois tipos de tais dispositivos:
1.DIU de cobre, sem nenhum tipo de hormônio.
2.DIU hormonal, conhecido pelo nome de DIU Mirena.
O que é o DIU Mirena?
O DIU Mirena é um sistema intrauterino constituído por um cartucho em forma de T, contendo um blíster estéril com um endoceptivo e um insertor com liberação controlada do hormônio levonorgestrel. Cada endoceptivo contém 52 mg de levonorgestrel e apresenta taxa inicial de liberação de 20 mcg/24horas.
O DIU Mirena apresenta um cilindro contendo o hormônio levonorgestrel. Este cilindro é coberto por uma membrana que regula a liberação gradual do hormônio. Na extremidade inferior da haste estão fixados dois fios que se destinam à remoção do sistema.
O objetivo da forma em T é o de ajustar o sistema de liberação ao formato do útero. A parte vertical do T contém o hormônio levonorgestrel, que é semelhante a um dos hormônios produzidos pelo corpo. O sistema libera levonorgestrel em uma taxa constante, mas em quantidades muito pequenas.
O levonorgestrel previne a gravidez através do controle do desenvolvimento da camada interna de revestimento do útero (endométrio) de forma que esta não fique suficientemente espessa para possibilitar a fixação do óvulo fertilizado, além de promover o espessamento do muco normal no canal cervical, de forma que o espermatozoide encontre dificuldade para entrar no útero e encontrar o óvulo.
Como funciona o DIU Mirena?
O nível de eficácia do DIU Mirena é o mesmo dos mais eficazes DIUs de cobre. Seu índice de falha é de aproximadamente 0,2% no primeiro ano e pode aumentar em caso de expulsão ou perfuração do útero. Ou seja, cerca de 2 em 1000 mulheres utilizando corretamente o DIU Mirena ficam grávidas no primeiro ano. Cerca de 7 em 1000 mulheres ficam grávidas em 5 anos.
Embora quase sempre o DIU Mirena seja indicado para prevenção da gravidez (contracepção), ele também tem outros usos: sangramento menstrual excessivo, sem causa orgânica conhecida (menorragia idiopática) e para proteção contra o crescimento excessivo da camada de revestimento interno do útero (hiperplasia endometrial) durante terapia de reposição estrogênica.
No tratamento de sangramento menstrual idiopático excessivo, o levonorgestrel reduz o sangramento, de forma significativa, após três meses de uso e algumas usuárias chegam a não apresentar qualquer sangramento menstrual. O levonorgestrel também alivia a cólica menstrual. Na prevenção do crescimento excessivo da camada de revestimento interno do útero, ele demonstrou ser eficaz durante terapia de reposição estrogênica contínua oral ou transdérmica.
Quando o DIU Mirena não deve ser usado?
O DIU Mirena não deve ser utilizado se a mulher:
•Estiver grávida ou suspeitar que possa estar grávida.
•Tem doença inflamatória pélvica atual ou recorrente.
•Tem infecção do trato genital inferior.
•Tem infecção do útero.
•Tem infecção do colo do útero.
•Tem anormalidades celulares no colo do útero.
•Tem ou suspeita de ter câncer do colo do útero.
•Tem tumores hormônio-dependentes.
•Tem sangramento uterino anormal não-diagnosticado.
•Tem anormalidade do colo do útero ou do útero, incluindo miomas, se estes causarem deformação da cavidade uterina.
•Tem condições associadas com aumento de susceptibilidade a infecções.
•Tem doença ou tumor do fígado.
•Tem alergia ao levonorgestrel ou a qualquer componente do produto.
Mesmo evitando-se essas condições, a colocação do DIU Mirena e o levonorgestrel, como ocorre com outros medicamentos, pode causar reações adversas, embora nem todas as usuárias as apresentem.
Possíveis reações adversas com o levonorgestrel foram observadas: cerca de 10% das usuárias provavelmente apresentarão dor de cabeça; dor abdominal/pélvica; alterações no sangramento incluindo aumento ou diminuição no sangramento menstrual, gotejamento vaginal, menstruações pouco frequentes (oligomenorreia) e ausência de sangramento (amenorreia); inflamação da vagina (vulvovaginite). Entre 1 e 10% das usuárias provavelmente apresentarão humor deprimido, enxaqueca; náusea; acne; excesso de pelos pelo corpo (hirsutismo); dor nas costas; infecção do trato genital superior; cistos ovarianos; menstruação dolorosa / cólica menstrual (dismenorreia); dor nas mamas e expulsão completa ou parcial do sistema intrauterino. Os efeitos colaterais muito incomuns (menos de 1%) podem ser queda de cabelo e perfuração do útero. Alguns efeitos têm frequência desconhecida: reação alérgica e aumento da pressão arterial. Embora raramente, pode ainda ocorrer que os fios deixados para fora do útero incomodem o parceiro nas relações sexuais; que a gravidez ocorra fora do útero (gravidez ectópica); que durante os procedimentos de inserção haja dores, sangramentos, tonturas, desmaio e convulsão.
Referências: As informações veiculadas neste texto foram extraídas dos sites da ANVISA – Agência Nacional de Vigilância Sanitária e do Mirena (Bayer).