Até pouco tempo atrás, muitas mulheres nem cogitavam colocar o DIU. O dispositivo intrauterino é o método contraceptivo de apenas 2% da população em idade fértil, segundo o Ministério da Saúde (pesquisa de 2017). Mas esse percentual tende a crescer. E os motivos vão desde a busca por métodos contraceptivos sem hormônios e seus efeitos (leia-se pílulas, adesivos e anéis anticoncepcionais) à disponibilização do DIU pelos planos de saúde e ao fim de alguns mitos, como o de que seria contraindicado para mulheres jovens e sem filhos.
A recomendação da Organização Mundial da Saúde veio ao encontro de um desejo de muitas pacientes: um método que dispensasse a lembrança diária da pílula e oferecesse.
SOBRE O “DIU”
O DIU é um aparelho pequeno e flexível, em formato de T, que é colocado dentro do útero em procedimento no consultório médico. Atua em diferentes etapas do processo reprodutivo: desde tornar difícil a passagem do espermatozoide até prevenir a implantação do óvulo na parede uterina. Logo após a colocação, pode haver uma sensação de desconforto, seguida de cólicas e sangramentos. Mas geralmente, quando ocorre é passageira e rápida.
INDICADO QUANDO E PARA QUEM?
Recomenda-se para mulheres de qualquer idade, que não estejam grávidas ou tenham má formações uterinas ou distúrbios como miomas, infecções pélvicas, suspeita de câncer genital ou sangramento anormal. Bom para quem não pode fazer uso de método hormonal. Diferente do que costumava-se pensar, não é exclusivo para quem já teve filhos e não há restrição para mulheres após o parto.
É POSSÍVEL COLOCAR PELOS CONVÊNIOS?
A maioria dos planos de saúde preveem a colocação do DIU. O SUS oferece a inserção gratuita (do modelo de cobre).
A COLOCAÇÃO PRECISA DE ANESTESIA?
Na colocação, é necessário pinçar uma parte do útero para que o DIU fique bem alocado, algumas vezes, pode ocasionar bastante desconforto, mas isso pode ser avaliado caso a caso. Em alguns, opta-se por anestesia (por sedação, intravenosa), outras vezes, somente no local ou nenhuma, pois a dor é variável, depende de cada mulher.
COMO É A ADAPTAÇÃO?
Pode haver algum desconforto inicial, pela própria colocação. Pode-se dizer que o período total de adaptação seja de 15 a 30 dias e a percepção de sua existência vá até uns 180 dias no máximo.
COMO É A MANUTENÇÃO PERIÓDICA?
Um dos riscos do DIU é que, logo após colocado, ele pode ocasionalmente se deslocar ou ser rejeitado pelo corpo (o que ocorre como exceção, se não estiver na posição certa). Por isso, é preciso fazer exames de manutenção nos três primeiros meses. Ao fazer o exame especular para coleta de exame cito patológico, seu ginecologista pode verificar a presença dos fios.
DIU COM OU SEM HORMÔNIO?
São dois os tipos de DIU – o de cobre e o hormonal. O mais comum é o de cobre, que possui a função de tornar difícil a passagem do espermatozoide e prevenir a implantação do óvulo na parede uterina. O DIU hormonal libera gradualmente doses baixas de hormônio, também impedindo que o espermatozoide encontre o óvulo. Por ser hormonal, há diminuição de fluxo e de duração do tempo das menstruações.
QUANTO TEMPO DURA 0 EFEITO DO DIU?
A validade do DIU de cobre como contraceptivo é em torno de 10 anos, enquanto que o hormonal permanece com efeito em torno de cinco. Mas, a mulher pode optar em retirar em tempos inferiores a estes sem nenhum problema.
Sugere-se como ideal esperar o mínimo de seis meses, período em que os efeitos ainda estão se adaptando ao corpo. Depois disso sua retira é simples e pelos fios deixados visíveis.
EXISTEM EFEITOS COLATERAIS DO DIU?
Raramente pode haver aumento do fluxo menstrual, sangramento irregular e cólica, principalmente no período menstrual. Estes sintomas são mais comuns com DIU de cobre, o hormonal pode deixar a paciente sem menstruar (amenorreia), com sangramento em pequena quantidade, propiciando algumas vezes o aparecimento de acne e/ou aumento de oleosidade da pele.
IMPORTANTE SER UMA DECISÃO COMPARTILHADA
Se a ideia é diminuir a responsabilidade em relação ao uso da pílula, converse com o seu parceiro sobre o assunto. Ele pode colaborar nesta tomada de decisão, além de ajudar com os custos do processo e dar o suporte na hora da colocação. Fique alerta, entretanto, para o fato de que o DIU não protege contra doenças sexualmente transmissíveis, como a aids.
SOBRE A PREPARAÇÃO
A paciente deve ir ao ginecologista e estar em dia com o exame preventivo do câncer de colo de útero. Para solicitar autorização do convênio ou posto de saúde, é preciso ter ecografia transvaginal e exame de gravidez.
SOBRE O PROCEDIMENTO
A colocação do DIU geralmente é rápida e realizada no consultório. Casos onde se prevê alguma dificuldade maior, pode ser em hospital onde possibilita o uso ou não de anestesia. Seu ginecologista lhe dará as necessidades que antecedem. O procedimento e o repouso precisam de um dia, no máximo, para o conforto da mulher.
QUAIS AS VANTAGENS DO DIU?
O DIU tende a provocar menos efeitos colaterais
como dores nas mamas, edemas, falta de libido e dores de cabeça e não necessita
de manutenção mensal, comparado ao comprimido anticoncepcional. A taxa de
gravidez é baixa: varia entre 0,2 para o hormonal e 0,8 para o de cobre e 0,2.
A pílula tem 0,3%, e a camisinha, 2%, segundo a OMS.
Fonte: baseado em conteúdo da Revista Versar